A maior graça de ser correspondente é ter que dar conta de todos os temas que possam surgir. Na redação, mesmo em TV – bem menos rígido nisso – você acaba setorizado, ainda que informalmente: um faz mais economia, outro comportamento, política quem faz melhor é fulano, esporte é a mesma turma sempre.
Por isso, a quarta-feira aqui em Joanesburgo foi interessante: acordei achando que iria fazer matéria sobre AIDS, mas ela acabou ficando pra amanhã por causa de um problema do entrevistado.
Depois passei a trabalhar em cima de uma reportagem sobre o espaço que as marcas brasileiras ganham no mercado africano, mas um factual do dia acabou prevalecendo: começou hoje o Africa Fashion Week.
Naturalmente, o tema gera boas imagens e tem uma história rica pra contar: o crescimento da classe média negra sul-africana, que entrou no mercado de consumo só há 20 anos e agora já sustenta bem até os supérfluos. Isso num país que ainda é muito desigual.
Assim que a reportagem da Fashion Week for ao ar eu coloco o link aqui. (atualização: já foi ao ar. E o link está aqui) O mesmo vale pros produtos brasileiros. Vamos guardar a surpresa pra TV, né?
Tem sido assim na Copa, e é assim sempre pra quem está fora do país. Ontem falei de erros de arbitragem. Anteontem ouvi os torcedores à saída do estádio sobre o que eles acharam do Brasil. Já falei de Black Economic Empowerment, assisti a Brasil e Portugal numa cabana no meio da savana, fiz reportagem sobre o apartheid…
É um privilégio mesmo.
Pena que canse tanto mesmo! Mas todo privilégio tem um preço, não é vero? Agora, que tem diversão pra todos os gostos ah isso tem hein? De Copa do Mundo a África Fashion Week… mama mia! Ops, Mama África rss.
Grande abraço.
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