África do Sul e AIDS

Fomos a uma cidade no interior, perto de Pretória, pra fazer uma reportagem sobre AIDS, acompanhando um ônibus montado pelo Ministério da Saúde do Brasil e duas ONGs que atuam aqui na África do Sul.

O local escolhido para o primeiro workshop de troca de informações com os jovens sobre prevenção foi uma escola. Como a garotada está de férias, os portões ficam abertos para crianças de todas as idades, como se fosse uma grande creche.

Ver aquela molecada ali, sabendo de onde elas vêm e qual o futuro provável que elas terão enrosca a garganta de qualquer um.

As fotos do Marcello Casal e as imagens do Ulov Flamínio acentuam isso à enésima potência.

Que essa meninada engane o futuro provável. Dê um drible nele.

Aqui, a galeria completa de fotos.

E aqui a reportagem que foi ao ar na TV Brasil, no Repórter Brasil.

Profissional é profissional

Um dos nossos câmeras tem um irmão que é atirador de elite da Polícia Civil. Aliás, acho que temendo que o irmão ficasse bravo e exercesse seu ofício contra ele, pediu que não citasse o nome de ambos. Tá bom. A história segue boa mesmo assim.

O cinegrafista é bom no que faz. O irmão dele, ao que parece, também é. Pelo menos assim espero, pois não posso crer que alguma polícia tenha atirador de elite mais ou menos.

Pois bem. Aniversário do filho do atirador. Bolinho, mesinha, garotada correndo. Chega o tio cinegrafista com a família. O irmão apresenta pra seus colegas tiras, tal. Mal o cinegrafista senta pra tomar um refrigerante, vem o irmão com uma câmera VHS.

“Pô, já que você é cameraman, filma as crianças aí!”

O cinegrafista ficou bravo. “Pô digo eu. Tô de folga. Não quero filmar nada. Já pensou se você chegasse na festa do meu filho e eu dissesse ‘Rapaz, ainda bem que tu chegou. Tem um moleque peste aqui que não pára um minuto. Faz um favor pra mim? Vai ali em cima e dá um tiro bem na cabeça dele.”

Pano rápido.

Da próxima vez que encontrar com um jornalista numa festa, lembre do irmão do cinegrafista. Nada de política, futebol, crimes hediondos. Pra nós isso é tudo trabalho. Juro que, se você for médico, nem te peço uma receita…

Africa Fashion Week

Reportagem que foi ao ar no Repórter Brasil. Mostra um lado da África que pouco se conhece ou imagina: a moda.

Um setor que ganha espaço na economia – como tudo por aqui – graças ao surgimento de uma classe média negra, que até 1990 não tinha direitos, não fazia negócios, não consumia. Só insistia em sobreviver.

Sobreviveu. E já tem peso até para bancar supérfluos e luxo. Como você vê aqui.