Li agora que Maitê Proença voltou a ter direito de receber 13 mil de pensão dos pais mortos por nunca ter se casado no papel. A previdência paulista parou de pagar, ela recorreu e a justiça reconheceu o direito dela.
O “direito dela”…
É meu, eu tenho direito, e dane-se: se preciso ou não, se alguém precisa mais que eu, se as aposentadorias no geral são de menos de 3 mil, tudo isso vem depois do “meu direito”.
E se você não vai lá e exige os “seus direitos”, é chamado de trouxa. Afinal, ˜paguei meus impostos, tenho meus direitos”.
São tantos que pensam assim. Quase todos?
No início da Copa pus aqui um post pequeno, sobre um ministro que foi muito criticado na África do Sul por exercer o “direito dele” de levar o filho para uma cirurgia num hospital público.
Causou revolta na população, na imprensa, na comunidade médica. O raciocínio lá era o seguinte: se ele pode pagar, ele tem que pagar e deixar o espaço, os médicos e os recursos públicos para quem não pode.
“Direito dele” é o cacete.
Seus direitos são seus direitos pagando ou não impostos. Direito não se compra com imposto. É uma conquista reconhecida e garantida. Você tem direitos porque está vivo – isso basta.
Mas também é “seu direito” (oh!) optar por não se beneficiar deles. Ou permitir a outros que tenham acesso aos direitos deles, já que o orçamento do Estado tem limites e você tem como exercer seus direitos sem ser às custas dele.
Faça a sua escolha. E faça direito.