Greve em Maputo. E violência na rua

Saí para gravar sobre as manifestações. Encontrei vários bloqueios, mas as pessoas sempre nos deixaram passar por ser da imprensa.

Mas soube de carros que tentaram furar os bloqueios e foram queimados.

Estava no bairro do Triunfo e vi a polícia dispersar os manifestantes com bombas de gás e tiros para o alto. A pista estava bloqueada com paus, pedras e pneus em chamas. Ali não houve feridos.

Também vi gente saindo de Xiquelene, um mercado muito popular e muito famoso, carrengando sacos de arroz e outros produtos saqueados.

O que mais chama atenção (minha, que fique claro) é o fato da manifestação ter sido organizada por SMS. E rápido – as mensagens circularam por dois dias.

Vi algumas. Não há remetente.

Mas as rádios falam em violência. E mortes. A polícia não confirmou oficialmente nada.

Há pouco, entrei na Rádio Nacional e TV Brasil por telefone. E a Agência Brasil publicou uma reportagem, que está aí embaixo.

01/09/2010
Maputo decreta feriado por causa de protestos contra aumento de preços

Eduardo Castro
Correspondente da EBC na África

Maputo (Moçambique) – A capital moçambicana vive um feriado forçado hoje (1º) por causa de uma série de protestos contra os aumentos nos preços do pão, da energia elétrica e da água.

Manifestantes fecharam o trânsito em várias regiões da cidade nesta manhã. Alguns carros que tentaram ultrapassar os bloqueios foram queimados. O transporte coletivo por vans – o chamado chapa 100 – não funcionou desde cedo. Milhares de pessoas deslocavam-se a pé para tentar chegar ao trabalho.

Houve saques em lojas no centro da cidade e em mercados na periferia. No Xiquelene, um dos maiores mercados populares da cidade, várias pessoas saíram carregando sacos de arroz ou outras mercadorias saqueadas.

As escolas suspenderam aulas e as autoridades pediram à população que voltasse para casa.

Na região do Triunfo, moradores fecharam a principal avenida do bairro com pedaços de cimento, troncos, cacos de vidro e pneus queimados. Mesmo com muitas crianças na pista, a polícia reprimiu o protesto com bombas de gás lacrimogênio e tiros para o alto.

A mobilização foi convocada por mensagens enviadas por telefone celular. Segundo a polícia, não havia registro de oficial de realização de manifestação popular ou greve para hoje.

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6 comentários em “Greve em Maputo. E violência na rua

  1. Estou no Brasil. Sou pesquisadora sobre a cultura de Moçambique. Estive em Maputo há um mês atrás. Alguns amigos, inclusive o pesquisador de Maputo que trabalha comigo, afirmou que a situação em Maputo está sob controle. A tenção pior é na periferia. Não há ameaça de revolta popular. Toda esta confusão foi gerada principalmente pelo aumento das tarifas de transporte em dois meticais. As pessoas que estão encabeçando o movimento são, em sua maioria, jovens desempregados. Acredito que mais tarde teremos mais notícias. Este pesquisador em Moçambique falou agora comigo por telefone. Ele estava na rua e disse que não há mais ameaças de saque, incêndios e mortes. A polícia está com seu efetivo nas ruas.

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  2. Sim senhor povo duro que nao aceita falta de respeito por estes governantes que somente se interesam pelo seu bem e nada com o seu povo que lhe votou
    Simao Hossi
    Angola

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  3. Que triste! Estou pasma com essa história da manifestação ter sido organizada por SMS!!! Vamos torcer para que a paz restabeleça e Oxlá sem mortes e feridos…

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