10%. Nem mais, nem menos

Um empresário brasileiro que vive aqui na África me contou que, logo que chegou, ouviu um esclarecedor relato de um colega mais experiente.

Diz que toca o telefone e é o diretor de uma empresa estatal de um dos países com os quais eles têm negócios, para quem eles acabaram de vender um serviço por concorrência pública.

Sem o mínimo constrangimento, o burocrata queria discutir, pelo telefone, a parte dele.

“Ah?”, disse o brasileiro. “Mas nós ganhamos uma concorrência!”

Segundo o interlocutor, isso não fazia diferença. Da próxima vez, ele poderia procurá-lo antes da concorrência, aliás – pra incluir o valor no total da conta.

Pra encurtar, queria 10% do valor. E – honestão – disse que 10% era o praxe. Terminou alertando: “ó, se te pedirem mais que isso, é gente tentando ser esperta. Não caia nessa”.