Etiópia, sinônimo de fome. Até quando?

Publicado pela Agência Brasil.

16/09/2010
Etiópia espera dobrar produção agrícola até 2015

Eduardo Castro
Correspondente da EBC na África

Maputo (Moçambique) – A Etiópia, país que praticamente virou sinônimo de fome no mundo, espera não precisar de ajuda internacional para alimentar sua população em cinco anos. A promessa foi repetida pelo primeiro-ministro Meles Zenawi nessa quarta-feira (15), durante a apresentação do plano quinquenal do governo para o partido dele.

Segundo Zenawi, a produção agrícola etíope aumentou 8% entre 2005 e 2010, e a expectativa é dobrar essa cifra até 2015. A ideia é atrair mais investidores estrangeiros para o setor, autorizando a instalação de fazendas para produção em larga escala. O plano também prevê facilitar o acesso de milhões de pequenos agricultores aos mercados. Eles perfazem 85% da população.

A exploração de petróleo e gás também já traz divisas internacionais para a Etiópia. A Turquia, Índia, China e o Egito têm negócios no país. Mas as indústrias respondem por pouco mais de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) anual. Setores como o bancário e de telecomunicações são pequenos, o que atrapalha a atração de investidores.

A instabilidade política também preocupa os investidores, tanto interna quanto dos vizinhos Eritréia, Somália e Sudão. O primeiro-ministro Zenawi mantém sua posição desde 1995, quando houve as primeira eleições na história recente. Ele foi reeleito em 2005 e neste ano, segundo grupos opositores, mediante fraude e opressão de etnias rivais.

O otimismo do primeiro-ministro se baseia no crescimento da economia do país nos últimos cinco anos que, na média, ficou em 11%. De acordo com Meles Zenawi, a estimativa agora é encostar nos 15% anuais. Menos otimista, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê crescimento de 7% este ano.

A Etiópia é o país africano que há mais tempo é independente e tem a segunda maior população do continente, atrás apenas da Nigéria. Dos seus 85 milhões de habitantes, 5 milhões precisam de ajuda internacional direta para comer. Outros 7 milhões dependem de um programa governamental de ajuda alimentar, chamado de Rede de Proteção, que também recebe fundos internacionais.

Mesmo com o crescimento nos últimos anos, a Etiópia ainda é o segundo país mais pobre do mundo, segundo índice da universidade britânica Oxford, atrás apenas da Somália.

Edição: Graça Adjuto

2 comentários em “Etiópia, sinônimo de fome. Até quando?

  1. Não sou uma estudiosa dos fenômenos sociais e econômicos, mas em se tratando da Etiópia que como você frisou no título, acaba significando fome não só para os leigos, qualquer notícia positiva me enche de alegria: 12 milhões de pessoas precisando de algum tipo de ajuda para comer é uma coisa muito triste…. Parabéns pela matéria! Abs

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