22/11/2010
Países do Sul da África discutem padrão de TV Digital
Eduardo Castro
Correspondente da EBC na África
Maputo – Começou hoje (22) em Lusaka, Zâmbia, a reunião dos ministros de Comunicações de 14 países africanos para decidir o padrão de TV digital. As nações reúnem uma população somada de quase 250 milhões de pessoas.
O padrão nipo-brasileiro Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial – ISDB-T disputa com o europeu DVB a possibilidade de equipar os televisores da região da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral formada pela África do Sul, por Angola, Botsuana, pelo Congo, Lesoto, por Madagascar, pelo Malawi, pelas Ilhas Maurício, por Moçambique, pela Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, por Zâmbia e pelo Zimbábue. Uma terceira possibilidade é deixar a decisão nas mãos de cada país individualmente.
“A maioria está indecisa. Nosso sistema é melhor, comprovado por teste, mas a pressão comercial da Europa é muito grande”, disse André Barbosa Filho, assessor especial da Casa Civil da Presidência da República, que faz parte da delegação brasileira que acompanha o encontro.
As discussões de hoje e amanhã são técnicas. Os especialistas brasileiros, japoneses e europeus já começaram a tirar as últimas dúvidas dos africanos antes da reunião ministerial, decisiva, que será na quarta-feira (24).
Os países do Sul da África ensaiaram tomar uma posição sobre o tema em maio, mas preferiram analisar os dados levantados por uma força-tarefa técnica que trabalhou por dois meses antes de anunciar o padrão vencedor. O sistema nipo-brasileiro tem como principais apoiadores os dois países lusófonos do grupo (Moçambique e Angola) e Botsuana.
Além de Brasil e Japão, mais seis países adotaram o sistema ISDB-T: Argentina, Chile, Peru, Venezuela, Costa Rica e Equador. Na semana passada, a Colômbia admitiu repensar a decisão favorável ao DVB depois que a União Europeia não repassou U$ 40 milhões (aproximadamente R$ 68 milhões) prometidos há mais de um ano. Até o começo do mês que vem também é esperada uma decisão do Uruguai.
Segundo Barbosa, a promessa de financiamento é crucial na tomada de decisão.“Eles (os europeus) vão realmente conseguir cumprir? A crise lá está muito forte, e na América Latina já não conseguiram”.
A delegação brasileira na Zâmbia é liderada pelo embaixador João Inácio Oswald Padilha, representante do Brasil entre os países da região. Também estão no grupo o assessor da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações Flávio Lenz César, o gerente técnico do Laboratório de Desenvolvimento de Hardware do Instituto Nacional de Telecomunicações, Luciano Leonel Mendes e o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Zalkind Lincoln Dantas Rocha.
Que bom! Lembrando de seu primeiro VT por aí, pensei na alegria daquelas mocinhas que gostam das novelas brasileiras…
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