21/12/2010
ONU prolonga em seis meses permanência de missão de paz na Costa do Marfim
Eduardo Castro
Correspondente da EBC na África
Maputo (Moçambique) – O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) prolongou em seis meses o mandato da missão de paz na Costa do Marfim (Unoci). A decisão foi tomada nessa segunda-feira (20) em Nova York, por unanimidade. A entidade reforçou que a missão tem como tarefa “proteger a população civil de quaisquer abusos de direitos humanos”, informou a Rádio ONU.
No fim de semana, o presidente Laurent Gbagbo havia determinado que as forças de paz deixassem o país, sob alegação de estarem interferindo em assuntos internos ao condenar a decisão da Corte Suprema marfinense de reverter o resultado das eleições presidenciais apurado pela Comissão Eleitoral. Para a comissão, o vencedor foi Alessane Ouatarra, ex-primeiro ministro e candidato da oposição, em decisão referendada pela ONU, que participou da organização da eleição.
Durante entrevista coletiva em Abidjan, maior cidade do país, o chefe da Unoci, Young-Jin Choi, afirmou que a missão vai continuar a fazer buscas militares em todo o país para monitorar, observar e impedir atos de violência e violações dos direitos humanos. Para reforçar que a missão é imparcial , ele citou a recusa em acompanhar partidários de Ouattara durante marcha no sábado.
Apoiadores de Gbagbo alertaram as Nações Unidas que seus soldados podem passar a ser tratados como rebeldes se permanecerem na região. Para o então presidente, houve fraudes no Norte do país, que foram reconhecidas pela Corte Suprema e ignoradas pela Comissão Eleitoral.
Citado pela BBC, o ministro do Interior de Gbagbo, Emile Guirieoulou, afirmou que se a força de paz da ONU, “contra nossa vontade, quiser manter-se no país, não iremos cooperar com ela. E, se escolherem seguir alguma autoridade que não seja a legal, eles tornam-se parte da rebelião”.
Militares da ONU estão de guarda no hotel onde Alessane Ouattarra está desde o segundo turno das eleições, em 28 de novembro passado. Como Gabgbo, ele nomeou um gabinete.
Milhares de marfinenses, temendo pela volta da guerra civil, fugiram a pé para países vizinhos. De acordo com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), eles já passam de 6 mil. A grande maioria instalou-se no Distrito de Nimba, onde está chegando mais ajuda, como cobertores, colchões, lampiões a querosene e sabão. Suprimentos extras de comida foram enviados de Copenhague (Dinamarca) para a Libéria e a Guiné.
A expectativa é que o número de expatriados chegue rapidamente a 30 mil. O governo da Libéria também já reconectou bombas de água nas vilas próximas à fronteira, bem como começou a distribuição de arroz e água potável, cujo fornecimento foi afetado por causa da grande procura logo depois das eleições no país vizinho.
Nossa as coisas estão pra lá de tensas hein? Tenho pena da população que deixa tudo para trás e vai refugiar em outro país… Abs
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