Eu diria que eles já chegaram.
E acho que não vão embora, não.
Vou a um restaurantes chinês aqui em Maputo que a única coisa não-chinesa lá dentro são os garçons. E eu, claro.
A comida é chinesa, o chefe é chinês, o dono é chinês, a mesa é chinesa, o ar condicionado é chinês, a porcelana é chinesa. Mas, daí – a vá! – não é daqueeeeela porcelana chinesa. É da outra, de 1,99.
No mesmo prédio tem um supermercado chinês, cheio de coisas escritas em chinês, cheio de chineses comprando.
Dizem que eles irão construir uma estrada, uma ponte e um centro administrativo em Catembe (do outro lado do rio). Junto com isso tudo, deve subir uma “cidadela” só para chineses. 20 mil.
Outro dia saiu uma reportagem em um jornal afirmando que, ao contrário do que dizem por aí, não são presidiários que vêm trabalhar na África. E que quem vem para cá ganha menos que um moçambicano, mas muito mais que ganharia na China.
Estive duas vezes na China – em 2004 e 2008. Mas acho que só aqui, na África, consegui mesmo visualizar o tal “crescimento chinês”.
Eles já chegaram. Mesmo.
A reportagem lá em cima é da BBC. Indicação do sempre nosso Carlos Alberto Júnior, do Diário de África.