Ao lado, um destaque da capa do semanário A Verdade – o jornal de maior circulação no país – que saiu hoje. A foto lembra o aniversário da independência moçambicana, que faz 36 anos amanhã.
Abaixo, uma reportagem sobre o prêmio CNN Africa de Jornalismo, que será entregue neste fim de semana em Joanesburgo, África do Sul.
Em destaque, dona Selma, editora e apresentadora do Contacto Directo e e âncora do telejornal Fala Moçambique. Graças ao trabalho dela nesses programas, agora ela é a directora de informação da Miramar.
Se ela trouxer o prêmio, ótimo. Se não trouxer, ótimo da mesma forma – como já foi no ano passado com o Sérgio Sitóe, que também qualificou uma reportagem para a fase final.
Segue a reportagem d’A Verdade:
“A televisão Miramar foi eleita para a final do prémio CNN de jornalismo africano, um evento anual que visa salientar a importância do papel dos jornalistas para o desenvolvimento de África, bem como premiar, reconhecer e incentivar o talento jornalístico em todas as áreas da comunicação social.
A matéria eleita foi exibida em meados do ano passado no programa Contacto Directo e fala sobre o movimento Rastafari, internacionalmente reconhecido e com seguidores em Moçambique. Circunscrevendo- se à polémica sobre a prática do sacramento com recurso à cannabis sativa, a reportagem mostra o consumo desta droga ilícita por crianças a partir dos dois anos, em que umas usam-na em forma de chá e outras de seis anos fumam-na. Actualmente com mais de 50 edições, o programa não pára de granjear simpatias um pouco por todo o país, apesar de o raio de acção estar limitado na província de Maputo. Com uma equipa de quatro pessoas, o Contacto Directo é composto por uma apresentadora, um editor, um repórter e um operador de câmara.
Para Selma Marivate, apresentadora do programa e directora de Informação da Miramar, é satisfatório representar Moçambique além-fronteiras, como também constutui uma grande responsabilidade. Refira-se que é a segunda vez consecutiva que a Miramar é apurada para a final dos prémios CNN depois de no ano passado ter conseguido o mesmo feito com o Jornalista Sérgio Sitoi, do programa Balanço Geral. Da lista de eleitos, constam outros dois falantes da língua portuguesa, nomeadamente Nkula Zau da Televisão Pública de Angola e José Bouças de Oliveira, da Televisão de São Tomé e Príncipe.
Selma Marivate que em 2010 ganhou o prémio da 3ª edição do concurso “Grande Prémio de Jornalismo SNJ & Vodacom” e desenha as perspectivas e as directrizes do programa, revela que nem sempre é fácil produzir o programa. “O apuramento é a parte mais difícil, por causa da dinâmica que caracteriza o terreno. “Podemos planificar uma coisa, mas quando vamos ao campo encontramos outra totalmente diferente”, diz.
Selma Marivate
Durante dois anos, Marivate trabalhou num dos prestigiados hotéis de Maputo, onde acalentava o sonho de crescer no ramo de hotelaria e turismo, mas viu a sua pretensão frustrada pelos assédios e chantagens de um superior hierárquico. “Por essa e outras razões abandonei o local através de uma carta de demissão”, conta e acrescenta: “além do assédio, a situação salarial era dramática. Tenho princípios rígidos, procuro zelar pela minha boa imagem e nessas condições quando não há hipóteses prefiro abandonar o barco”.
Há cinco anos na Miramar, dois apresentando o Telejornal e três o Contacto Directo, entrou na empresa como assistente de produção e logo recebeu uma proposta para fazer reportagens sociais. Sempre quis ser jurista, mas foi como apresentadora que ganhou o primeiro prémio profissional. “Antes, no hotel onde trabalhei já tinha sido nomeada entre trezentos trabalhadores”, conta. Frequentou o curso de direito na UEM mas abandonou-o quando frequentava o terceiro ano.
Embora com rumo diferente, considera-se dentro dos padrões profissionais que sempre quis. No exercício do jornalismo, confronta-se quase que sempre com a necessidade de usar regras. “Mas ainda não desisti. O direito também faz parte das minhas paixões. É muito bom cursar esta área porque permite conhecer profundamente questões jurídicas, também necessárias para o convívio social”, disse.”
Nossa, consumo de droga ilícita por crianças a partir dos dois anos…. Qualquer trabalho que combata uma aberração dessas tem que ser premiado mesmo! Gostei da determinação da jornalista Selma Marivate que com certeza vai se dar bem quando fizer direito!
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