Cuidado com esse troço de “mão inglesa”: quando você acha que já se acostumou a dirigir com o volante do outro lado, é que vem a bobagem. Não dá pra relaxar.
Voltando do almoço hoje, fiz a baliza e nem olhei pro lado adequadamente. Ao tirar o carro da vaga, bati no carro do lado. Uma raspadinha, mas o suficiente pra deixar um risco branco na porta do vizinho – que nem estava lá.
Salto do carro, e vem o flanelinha: “Tá tudo nice, patrão! Tudo controlado.”
Eu nem abro a boca, e ele já tira da bolsa um tubo de massa escura, aquelas de funileiro/lanterneiro/bate-chapa, ajoelha do lado do carro, tira um pano de lá de dentro e manda ver.
Um minuto depois, chega o motorista do dono do carro. Antes que ele diga algo, o flanelinha repete que “tá tudo nice, tudo controlado”. O cara nem fala nada.
Mais um minuto, e o flanela ergue-se, vitorioso. “Viste, patrão? Falei que aqui não ‘fatcha’ nada”, no sotaque típico daqui do sul moçambicano, que transforma “lh” em um som parecido com “tch”.
E não fatchou mesmo. Em três minutos, minha barbeiragem deixou a porta do carro do cara mais limpa. E meu bolso também – 100 meticais, que o “patrão” pagou sem reclamar.
Afinal, tava tudo nice, pá. Tudo controlado.
Eu ia me dar muito mal com essa história de mão inglesa. Não tenho a menor cordenação motora do lado esquerdo hehehe. E 100 meticais não é nada nice hein? Ainda bem que ficou tudo controlado rsss.
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