Fly Brazilian. Everybody does it.

Quando estive em Ruanda fiz o seguinte comentário sobre os aviões que vi na pista dos aeroportos de lá (Kagali), de Nairóbi, e aqui de Maputo.

“Detalhe aéreo: voei de Maputo (Moçambique) a Nairóbi (Quênia) num Embraer 170 da LAM – Linhas Aéreas Moçambicanas. Avião brasileiro, portanto. E voei de Nairóbi (Quênia) para Kigali (Ruanda) em outro Embraer 170, agora da Kenya Airways. Aeronave brasileira de novo, pois. Nunca, na minha vida toda, voei dentro do Brasil num Embraer de companhia brasileira. Só nos da FAB. Nosso bairrismo aeronáutico é do contrário”.

Pois, como vemos aí embaixo, logo eles estarão em mais pistas africanas.

30/11/2010
Governo de Angola e empresários africanos querem comprar aviões da Embraer

Eduardo Castro
Correspondente da EBC na África

Maputo (Moçambique) – O governo de Angola quer comprar dois aviões executivos da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). E empresas comerciais de aviação do país também estão interessadas em adquirir jatos da fabricante brasileira. A informação foi dada pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, durante visita de dois dias a Luanda, capital de Angola.

Segundo ele, esses são alguns dos muitos negócios que podem surgir entre os dois países em futuro próximo. “A demanda angolana voltou aos patamares anteriores aos da crise internacional”, disse Barral. “No ano passado, Angola foi muito afetada pela crise e pelas variações do preço do petróleo”. A economia angolana cresceu 14,3% em 2008, mas, com a turbulência da economia mundial, viu a taxa cair para 2,4% no ano passado. Segundo o governo angolano, a previsão para 2011 é de 7,6% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). E a volta ao crescimento de dois dígitos (previsão de 15,5%) em 2012.

O Brasil abriu mais uma linha de crédito – a quarta – de U$ 1 bilhão via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), voltada a projetos de empresas brasileiras em Angola, incluindo aquisição de equipamentos do Brasil. Angola é um dos principais destinos das exportações nacionais. Em 2008, antes da crise, as vendas atingiram o pico de US$ 1,97 bilhão, fazendo de Angola o maior parceiro do Brasil na África. Em 2009, as exportações caíram para US$ 1,33 bilhão. Em 2010 somaram, até outubro, US$ 771,9 milhões.

Angola também está interessada em atrair investimentos brasileiros para os setores de agronegócio e infraestrutura, disse o secretário do MDIC. O país teve a agricultura e as estruturas básicas destruídas pela guerra civil, que acabou em 2002.

Além da agenda com líderes do governo angolano, Welber Barral está em Luanda liderando uma comitiva de 25 empresários brasileiros dos setores de alimentos e bebidas, casa e móveis, material de construção, máquinas e equipamentos industriais, máquinas agrícolas e serviços. O grupo participou, nesta segunda-feira (29), do lançamento do primeiro Centro de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) no Continente Africano.

A missão comercial terminará na África do Sul, onde o secretário irá encontrar-se com a vice-ministra do Comércio sul-africano, Thandi Tobias-Pokolo, para discutir o alargamento do acordo já existente entre Mercosul e União Aduaneira da África Austral (Sacu, na sigla em inglês). “Há uma complementariedade econômica que precisa ser melhor aproveitada”, afirmou Barral. Nos primeiros dez meses de 2010, as exportações brasileiras para a África do Sul somaram US$ 1,1 bilhão, aumento de 5,2% sobre o mesmo período do ano passado.

Edição: Vinicius Doria

Em Ruanda

Teclo de Kigali, capital de Ruanda.

A primeira impressão é ótima: um aeroporto pequeno e bonitinho. No balcões, gente que ajuda sem fazer cara de que quer bola pra aceitar seu visto.

E a mala chegou.

Detalhe aéreo: voei de Maputo (Moçambique) a Nairóbi (Quênia) num Embraer 170 da LAM – Linhas Aéreas Moçambicanas. Avião brasileiro, portanto. E voei de Nairóbi (Quênia) para Kigali (Ruanda) em outro Embraer 170, agora da Kenya Airways. Aeronave brasileira de novo, pois. Nunca, na minha vida toda, voei dentro do Brasil num Embraer de companhia brasileira. Só nos da FAB. Nosso bairrismo aeronáutico é do contrário.

Bom, mas eu dizia que Kigali é como o aeroporto: pequena e bonitinha, limpa, cercada por colinas, muito verde. E muitas casas de caniço também.

Lá no alto, bem no centro da cidade, está subindo o primeiro prédio realmente alto. Ou seja: a calma vai embora.

É a vontade do país, aliás. Imagine Minas Gerais, só que sem as minas. Não tem mar, ouro, prata, minério de ferro, carvão, diamantes. Depois do genocídio de 1994, que matou quase 10 por cento da população (vou repetir: matou quase 10 por cento da população. Sabe o termo “dizimar”? Poucas vezes tem aplicação tão perfeita, porque “dízimo” vem de dez), Ruanda precisava de um caminho pra recomeçar. E optou pelo serviço.

A internet é péssima e para poucos. Mas a construção de uma fibra ótica imensa deve mudar isso. Fundamental pra quem quer receber bancos, call centers, sei-lá-eu-o que-mais.

Segunda coisa foi bater firmemente na corrupção – como percebi já no aeroporto. Parece – parece – que vem funcionando.

Falta um monte de coisa, mas já tem computador em várias escolas, as estradas vão melhorando, a comunicação também. Como você vai ver em um Caminhos da Reportagem que vou começar a preparar assim que voltar para Maputo.

Antes, a eleição – aliás, já tem matéria minha sobre ela na Agência Brasil e na TV Brasil, mas é duro usar a pouca internet que tenho para mexer no blog. Dá uma olhada lá. Os links estão aí do lado. Pois então, sobre a eleição, volto ao aeroporto, só pra confirmar que mudança é processo mesmo – não vem tudo junto não. O sujeito lá me ajudou com o visto, não fez cara de que queria algum… mas, funcionário púbico, estava com lindo bottom de Paul Kagame, presidente e candidato.

Aparelhamento!

Quarta-feira cairemos no mundo. Vamos circular pelo país que é um tico maior que Sergipe (nosso menor estado em extensão) e enfia uma população de meio Moçambique nessa gavetinha.