O Fórum não faz uma carta final, mas o documento elaborado pela assembléia dos movimentos sociais é um bom balizamento.
Reportagem da Agência Brasil.
10/02/2011
Movimentos sociais convocam manifestação de apoio ao povo egípcio em Dacar
Eduardo Castro
Correspondente da Agência Brasil para a África
Dacar (Senegal) – Entidades e representantes dos movimentos sociais marcaram para amanhã (11) uma manifestação em frente à Embaixada do Egito, em Dacar, onde acontece a 11ª edição do Fórum Social Mundial.
Em assembleia, os movimentos sociais deliberaram que querem apoiar e mostrar solidariedade aos povos do Egito, da Tunísia e do mundo árabe. A reunião foi realizada na Universidade Cheik Anta Diop. De acordo com o texto, “suas lutas [dos egípcios] estão iluminando o caminho para outro mundo, livre da opressão e exploração”.
Na carta, os movimentos sociais também dizem que apoiam a Costa do Marfim e os povos da África e outros continentes a lutar pela soberania e participação democrática. Eles defendem a “autodeterminação dos povos”.
O texto denuncia “o papel de atores como bancos, empresas transnacionais, a mídia de massa e as instituições internacionais que, na busca constante pelos lucros máximos, continuam com suas políticas intervencionistas de guerra, ocupação militar, as chamadas ‘missões humanitárias’, novas bases militares, pilhagem de recursos naturais, explorações dos povos e manipulação ideológica”. Eles completam que “com o capitalismo, não há saída para a crise”.
Outro ponto aprovado na assembleia foi declarar 20 de março como o Dia da Solidariedade Internacional para com os povos africano e árabe, com a resistência dos povos palestino e do Saara Ocidental, as mobilizações europeia, asiática e africana contra os planos de ajustes e da dívida e com todas as lutas em curso na América Latina. O dia 12 de outubro foi aprovado como o Dia Global de Ação contra o Capitalismo.
Os movimentos sociais criticiram o “uso de bases militares imperialistas para disparar conflitos, exercer controle ou pilhar recursos naturais ou apoiar iniciativas antidemocráticas como o golpe em Honduras e a ocupação militar no Haiti (…), Afeganistão, Iraque, na República Democrática do Congo e em muitos outros [países]”.
A assembleia convocou a militância a fazer manifestações em encontros de lideranças internacionais como o G20 e o G8, na 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP17), em Durban, África do Sul e na Rio+20, que ocorre no ano que vem no Brasil, “para reassegurar os direitos naturais e das pessoas e bloquear o ilegítimo Acordo de Cancun”. O Acordo de Cancun foi estabelecido em dezembro do ano passado, na COP16, com a aprovação do Fundo Verde e a extensão do Protocolo de Quioto para além de 2012.
Edição: Lana Cristina