Greve em Maputo – fim da tarde do 3o dia

São 18 horas e acabo de voltar da rua com tranquilidade. Fui até a Matola. Muita polícia na estrada e no pedágio – aqui chamado de portagem.

Havia restos de bloqueios – pneus queimados principalmente – em todo o trajeto. Mas pareciam ser de ontem.

Parte do comércio abriu de manhã e não trabalhou depois do almoço. Chapas (as vans) estavam na rua em número menor que o habitual. Mas, ao menos, algumas estavam por aí.

Conheço gente – vários – que finalmente acham que vão pra casa hoje, depois de três dias e duas noites sem ver os filhos ou dormir na própria cama.

Gente que, aliás, ouviu no chapa quem colocasse em dúvida a validade da greve. Houve bate-boca quando o assunto surgiu, porque também tinha quem achasse que devia era continuar.

A FRELIMO faria uma marcha para limpar as ruas de Hulene, mas acabou não precisando.

O partido do governo reuniu cabeças coroadas hoje.

Vamos ver.

Greve em Maputo: 3o dia

SMS que circulou de madrugada pedia às pessoas para trabalhar hoje de manhã e voltar a parar à tarde.

Como muitos dos manifestantes são comerciantes informais, eles próprios acabam sofrendo se a vida parar por muito tempo. A féria de um dia pode ser a diferença entre comer ou não.

No Jardim, não há manifestações ou bloqueios. No mercado de Malanga, o comércio reabriu. Em João Mateus, na Matola, também.

Mas os “chapas” – as vans – não voltaram. Tem ônibus (“maximbombos”) circulando, mas eles são poucos. Quem quer trabalhar vai a pé.