Nota que dei na Rádio Nacional:
“As línguas africanas de origem banto serão tema de um seminário a ser realizado em Salvador entre os dias 1o e 3 de setembro. O encontro na Universidade Estadual da Bahia vai discutir formas de preservar os idiomas e estudar como eles influenciaram o português. São mais de 600, e estão distribuídos em todo centro-sul da África.”
Mais de 600 línguas… línguas mesmo, idiomas com vocabulário, gramática e fonética. Em toda África, é comum as pessoas serem mais que bilíngües: normalmente falam o seu idioma materno, a chamada língua de integração (aqui é o português) e a língua do local em que atualmente vivem, ou de alguma comunidade próxima.
É, bonitão. Você, que se sente genial porque tem diploma da Cultura Inglesa, saiba que minha colaboradora para assuntos domésticos daqui fala mais línguas que você. Gertrudes fala xangana, ronga e português.
Aliás, macua, xangana e ronga – línguas daqui de Moçambique – junto com yorubá, kimbundo, kikongo… são algumas das línguas que fizeram com que da sua boca saísse a melodia que sai. Seus termos e ritmos marcaram profundamente o português aqui da África e também o do Brasil.
Suahíli é a língua mais falada na África, por 50 milhões de pessoas. Ela é do centro do continente. Che Guevara aprendeu um pouco de suahíli, quando passou pelo Quênia, Congo, Ruanda, Tanzânia. O nome suahíli dele era Tatu (que quer dizer número 3).
Aqui em Moçambique, são 23 línguas maternas. Xangana e ronga são as mais faladas em Maputo. São bem parecidas, usam até as mesmas expressões.
Então, por ora, macuerro (meu irmão), bri xile (bom dia) pra você.