Cabo Verde de olho na Costa do Marfim

Terminou hoje – sexta – o curso que vim ministrar para o pessoal da TV de Cabo Verde. Dois turnos desde terça. Praia só no nome da cidade mesmo. E no sábado e domingo… vou fazer matéria, chefe.

Sem contar as matérias que tenho feito daqui para a Agência, como a que está aí embaixo.

Segunda recomeça o curso, agora com o pessoal da rádio. E praia que é bom…

Falando em praia, Praia (a capital de Cabo Verde) é pequena, montanhosa e bem ajeitada. Belos prédios coloniais no Platô, ruas limpas que quase caindo no mar pra todo lado.

Um dia volto, de férias.

08/12/2010
Países vizinhos estão preocupados com a instabilidade política na Costa do Marfim

Eduardo Castro
Correspondente do Brasil na África

Cidade da Praia ( Cabo Verde) – O futuro dos moradores da Costa do Marfim e a possibilidade da volta da guerra civil preocupa os governos dos países próximos. Cidadãos de outras nacionalidades começam a pensar em como deixar o território marfinense caso o conflito recomece. No último fim de semana, pelos menos 300 pessoas fugiram pela fronteira com a Libéria.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, afirmou hoje (8), na Ilha do Sal, Norte do país, que o governo acompanha a situação e já age com discrição. Segundo ele, contatos constantes estão sendo mantidos com a comunidade caboverdiana da Costa do Marfim. Até agora, há calma. “Se houver agudização do conflito, e esperamos que não, estamos com todos os canais abertos e medidas tomadas”, afirmou Neves.

Sobre o impasse político, o primeiro-ministro apela para o entendimento. “A situação é difícil, exige diálogo entre as partes. As regras do jogo democrático precisam ser cumpridas. Devemos nos habituar a eleições livres e transparentes, com aceitação dos resultados”, disse. “A deterioração da situação seria prejudicial para Costa do Marfim e para todo Oeste da África”.

Cabo Verde é um dos poucos países africanos em que a oposição, vitoriosa nas urnas, conseguiu assumir a chefia do governo. Em 1991, o partido de José Maria Neves, o PAICV, perdeu a eleição para o MpD. Mas retornou ao poder, democraticamente, dez anos depois.

A tensão na Costa do Marfim é crescente. Depois de quatro dias de espera pelos resultados do segundo turno das eleições presidenciais, ocorrido em 28 de novembro, a Corte Constitucional inverteu o resultado original, proclamado pela Comissão Eleitoral, que dava vitória ao candidato da oposição, Alassane Ouattara. De acordo com os juízes, houve erro na contagem conduzida pela comissão, que deu 54% dos votos para o ex-primeiro-ministro. Na revisão judicial, o então presidente, Laurent Gbagbo, venceu por 51% a 49%.

A decisão da Justiça da Costa do Marfim provocou reações da comunidade internacional, que pediu que Gbagbo aceitasse o resultado das urnas. Sem ouvir os apelos, o candidato tomou posse para o novo mandato de cinco anos. Ao mesmo tempo, Ouattarra também fez o juramento constitucional e se recusa a aceitar a revisão do resultado.

Para as Nações Unidas, não há espaço para Gbagbo contestar a decisão da Comissão Eleitoral. “O povo escolheu Alassane Ouattara por uma margem irrefutável”, disse o representante da ONU na Costa do Marfim, Young-Jin Choi. Ele também rejeitou a acusação de que a entidade multilateral estaria tentando interferir em temas internos. “Estou apenas fazendo meu trabalho, de acordo com o solicitado pelas autoridades marfinenses”, afirmou ele, em entrevista coletiva.

Na véspera, Choi deu explicações sobre o processo eleitoral aos líderes dos Estados-Membros da Comunidade dos Países da África Ocidental. O grupo reiterou apoio à opinião do representante da ONU. E apelou a Laurent Gbagbo que entregue o poder “sem demoras”.

Esta foi a primeira eleição presidencial na Costa do Marfim em dez anos. O mandato de Gbagbo deveria terminar em 2005, mas as eleições foram adiadas cinco vezes. Em 2002, o governo de Laurent Gbagbo foi alvo de uma tentativa de golpe. Ele manteve-se no poder, mas perdeu o controle da Região Norte do país. A guerra civil prolongou-se por dois anos.

O conflito armado afugentou investidores, que, na época, procuravam o país de 20 milhões de habitantes e maior produtor de cacau do mundo. De lá para cá, a economia deteriorou-se. A rivalidade étnica também tem muito peso na situação, pois Alassane Ouattara e Laurent Gbagbo são de grupos distintos.

Um comentário em “Cabo Verde de olho na Costa do Marfim

  1. Ah mas nem no final de semana vai dar para curtir um pouquinho de praia e não ficar só na Praia? rsss
    Enquanto isso, na Costa do Marfim só tensão pós eleições….
    Grande abraço.

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